sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Chapolin e os vilões!

Hoje aos 85 faleceu o ator e roteirista Roberto Gómez Bolaños. Criador de um programa que sobreviveu gerações e as alterações de humor de Silvio Santos, que constantemente mudava a grade de programação do SBT. Bolaños criou Chaves e Chapolin e esse poderia muito bem ser um post triste e piegas sobre a morte desse cara que pra mim era sim um gênio. Mas não. Chesperito, o apelido que Bolaños ganhou por sua genialidade (seria ele um pequeno Shakespeare), não era nem triste e nem piegas. Um homem que passou a vida arrancando sorrisos e emocionando gerações merece mais. Muito mais.

Há muito tempo atrás eu me prometi escrevi escrever um post sobre Chapolin e os vilões. E esse post nunca saiu por pura preguiça apenas. No entanto será hoje com ele a minha forma de homenagear esse grande mestre na arte do sorrir.

Tive minha fase Chaves, mas Chapolin foi um personagem que me marcou. Passei um bom tempo na busca pela resposta do por quê de gostar tanto de um personagem. E encontrei essa resposta nos vilões. Faço parte da geração Star Wars (eu devia ter uns 8 ou 9 anos quando vi o primeiro Star Wars pela primeira vez). Eu cresci com aquele filme / saga / império que tem como seu grande personagem um vilão: Darth Vader. Acredito que não só eu, mas a geração que cresceu comigo aprendeu a ter simpatia não só pelo Vader, mas por vilões em geral. Fazemos parte dessa geração. Onde os mocinhos cheios de virtudes são sonolentos e apáticos. Quem é Luke perto de Vader? Na verdade acho que nos identificamos... Nos identificamos com os vilões. Porque os mocinhos (da minha infância ao menos) são corretos, estão sempre adequados, com virtudes acima de tudo, mas não se parecem humanos em nenhum ponto. Por que quem consegue ser assim o tempo inteiro? E aqui cabe uma frase de alguém que ouvi uma vez e que martelou em minha mente por uma vida: "eu sei como é difícil ser perfeito, mas porra, como eu tento!". Os vilões, cheio de defeitos, sim, parecem humanos.

Chega a ser irônico que Bolaños tenha falecido no mesmo dia de lançamento do trailer de "Star Wars - O Despertar Da Força". E ai Chespirito entra com sua genialidade criando um herói. Não, um herói não. Um super herói que não poderia ser mais humano (contraditório não?). Porque Chapolin é covarde, sentimental, mulherengo e tem uns "super" poderes um mais merda que outro (quem nunca teve raiva do episódio do Conde Terra Nova quando depois de tomar uma das pílulas de nanicolina ele começa a escalar aquele muro enorme pra "devolver" os selos?). Como não se identificar com um personagem que em teoria é um super herói, mas que na prática é mais humano do que muita gente que vemos por ai???

Não sei se deu pra entender a linha de raciocínio. É a vontade do post com a cabeça zuada, triste. E agora??? Quem irá nos defender???

Meu beijo...

Um comentário:

  1. Eu assistia Chaves todos os dias numa época da vida em que eu podia me dar ao luxo de ver tv todo dia (porque quando entrei no Ensino Médio pirei total e não fazia mais nada). Eu adorava. Adorava não: eu amava Chaves.
    Gostava de Chapolin também e ele inspirou todas as frases de uma heroína mirim de uma das mil histórias de heroína mirim que criei. E agora que você falou é que eu percebi que essa minha heroinazinha (Kelly Colorida) também só fazia coisinhas erradas e se atrapalhava toda pra salvar o mundo. Pode ser coincidência, mas tô achando que era influência mesmo!

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